quinta-feira, 24 de agosto de 2017

CRISE POLÍTICA: PR de Cabo Verde pede a continuação da ECOMIB, e quer contribuir para se encontrar uma solução

O presidente cabo-verdiano revelou a sua disponibilidade para ajudar à Guiné Bissau a ultrapassar o impasse politico que atravessa.
Apesar de se tratar de um assunto interno e de alguma complexidade, Jorge Carlos Fonseca afirmou a jornalistas que sempre se pode contribuir para encontrar o caminho do diálogo, a fim de se chegar a uma plataforma de entendimento e a consequente resolução dos problemas.

Nós queremos ajudar encontrar uma solução que permita os guineenses ter tranquilidade, os caminhos da democracia completamente reabertos e normalizados, se pudermos ajudar para que haja entendimento sobre o que significa o respeito pelos acordos de Conacry, que possibilite desbloquear a situação, nomeadamente funcionar a plenária da Assembleia nacional, um Governo legitimado democraticamente, enfim vamos fazer o que nos é possível diretamente, mas também no diálogo que tenho com os homólogos da CEDEAO e também da CPLP", afirmou Jorge Carlos Fonseca.

O Presidente cabo-verdiano considera fundamental a continuidade das forças da CEDEAO (ECOMIB) na Guiné-Bissau para ajudar a manter o clima de tranquilidade.

Fonseca prometeu estabelecer contactos com líderes da região para garantir que a força se mantenha no país. Nas últimas semanas, vários dirigentes guineenses visitaram Cabo Verde, como o presidente do Parlamento Cipriano Cassama e o líder da União para a Mudança, Agnelo Regala. 

segunda-feira, 3 de abril de 2017

Líder movimento sociedade civil critica «discurso divisionista» do PR

O líder do Movimento da Sociedade Civil da Guiné-Bissau, uma plataforma que reagrupa mais de 100 organizações, Jorge Gomes, criticou hoje o que diz ser «discurso divisionista» que tem sido feito pelo chefe do Estado, José Mário Vaz.

O Presidente guineense tem estado em contato com as populações do interior do país e num discurso, na semana passada, em Gabu, no leste da Guiné-Bissau, pediu aos presentes num comício popular, que aplaudissem o atual chefe das Forças Armadas, general Biague Nan Tan.

José Mário Vaz considerou que se a Guiné-Bissau é hoje um país em paz «tal é graças a um bom desempenho» de Biague Nan Tan, que sublinhou ser um chefe do Estado-Maior das Forças Armadas da sua inteira confiança.

«Pedir que se aplauda um chefe do Estado-Maior (das Forças Armadas) não é uma conversa de um chefe do Estado que quer apaziguar o povo do seu país», observou Jorge Gomes, que vê na ação «um discurso divisionista» do povo.

O líder das organizações da sociedade civil guineense ainda considerou de «incitação à violência» quando José Mário Vaz afirma que dantes o dinheiro que dava aos militares era desviado em parte.

Jorge Gomes defendeu que não compete ao Presidente da República dar dinheiro aos militares - para as suas necessidades nas casernas - mas sim ao Ministério das Finanças e ainda diz ser incompreensível quando José Mário Vaz afirma que o dinheiro era desviado.

Em Gabu, o Presidente guineense exemplificou, sem apontar responsáveis, que quando dava cinco milhões de francos (7.600 euros), apenas chegava aos quarteis, quinhentos mil francos CFA, quando entregava quatro milhões, os soldados apenas recebiam quatrocentos mil francos.

«Mas quem manda quinhentos mil francos CFA para um batalhão com 600 homens», questionou o líder das organizações da sociedade civil.

Jorge Gomes pede ao chefe do Estado que modere as suas intervenções nas suas declarações durante a sua Presidência Aberta para que possa promover a unidade do povo.

José Mário Vaz está hoje na cidade de Buba, 227 quilómetros a sudoeste de Bissau, depois de pernoitar, na quinta-feira, em Bafatá e de já ter estado, no passado fim de semana, em Gabu, onde iniciou o contato com as populações para saber das suas realidades, disse.

Líder movimento sociedade civil critica «discurso divisionista» do PR

O líder do Movimento da Sociedade Civil da Guiné-Bissau, uma plataforma que reagrupa mais de 100 organizações, Jorge Gomes, criticou hoje o que diz ser «discurso divisionista» que tem sido feito pelo chefe do Estado, José Mário Vaz.

O Presidente guineense tem estado em contato com as populações do interior do país e num discurso, na semana passada, em Gabu, no leste da Guiné-Bissau, pediu aos presentes num comício popular, que aplaudissem o atual chefe das Forças Armadas, general Biague Nan Tan.

José Mário Vaz considerou que se a Guiné-Bissau é hoje um país em paz «tal é graças a um bom desempenho» de Biague Nan Tan, que sublinhou ser um chefe do Estado-Maior das Forças Armadas da sua inteira confiança.

«Pedir que se aplauda um chefe do Estado-Maior (das Forças Armadas) não é uma conversa de um chefe do Estado que quer apaziguar o povo do seu país», observou Jorge Gomes, que vê na ação «um discurso divisionista» do povo.

O líder das organizações da sociedade civil guineense ainda considerou de «incitação à violência» quando José Mário Vaz afirma que dantes o dinheiro que dava aos militares era desviado em parte.

Jorge Gomes defendeu que não compete ao Presidente da República dar dinheiro aos militares - para as suas necessidades nas casernas - mas sim ao Ministério das Finanças e ainda diz ser incompreensível quando José Mário Vaz afirma que o dinheiro era desviado.

Em Gabu, o Presidente guineense exemplificou, sem apontar responsáveis, que quando dava cinco milhões de francos (7.600 euros), apenas chegava aos quarteis, quinhentos mil francos CFA, quando entregava quatro milhões, os soldados apenas recebiam quatrocentos mil francos.

«Mas quem manda quinhentos mil francos CFA para um batalhão com 600 homens», questionou o líder das organizações da sociedade civil.

Jorge Gomes pede ao chefe do Estado que modere as suas intervenções nas suas declarações durante a sua Presidência Aberta para que possa promover a unidade do povo.

José Mário Vaz está hoje na cidade de Buba, 227 quilómetros a sudoeste de Bissau, depois de pernoitar, na quinta-feira, em Bafatá e de já ter estado, no passado fim de semana, em Gabu, onde iniciou o contato com as populações para saber das suas realidades, disse.

Secretária executiva da CPLP inicia visita de quatro dias

A secretária executiva da Comunidade de Países de Língua Portuguesa (CPLP), Maria do Carmo Silveira, iniciou hoje uma visita de quatro dias à Guiné-Bissau para auscultar diferentes atores nacionais e internacionais sobre a saída para crise política no país.

A responsável encontrou-se hoje com o líder do Parlamento guineense, Cipriano Cassamá, e nos próximos dias irá ser recebida pelo Chefe de Estado, José Mário Vaz, pelo primeiro-ministro, Umaro Sissoco Embaló, e por líderes de partidos políticos.

Também tem encontros agendados com o chamado P5, espaço de concertação que reagrupa representantes da CPLP, ONU, União Africana, União Europeia e Comunidade Económica de Estados da África Ocidental (CEDEAO).

Maria do Carmo Silveira quer auscultar os atores nacionais e internacionais «sobre que soluções é que podem ser encetadas para a saída pacifica da crise» que afeta a Guiné-Bissau desde 2015.

A dirigente da CPLP diz que a sua organização está solidária com a Guiné-Bissau, mas entende que a solução para crise deve ser encontrada pelos próprios guineenses, daí que a própria se coloque à disposição das partes desavindas para facilitar o diálogo.

Maria do Carmo Silveira diz-se convencida de que toda comunidade internacional pensa da mesma forma sobre como ajudar a Guiné-Bissau a sair «da situação difícil em que se encontra».

A responsável está em Bissau também para agradecer às autoridades guineenses pela «confiança» que lhe depositaram aquando da sua indicação para o cargo de secretária executiva da CPLP, em novembro de 2016.

União Europeia sugere eleições legislativas para abril ou maio de 2018

O representante da União Europeia (UE) na Guiné-Bissau, o português Vítor Madeira dos Santos, sugeriu hoje que «seria bom» que as próximas eleições legislativas fossem realizadas em abril ou maio de 2018, antes do período das chuvas.

O diplomata fez a sugestão durante um seminário no Parlamento guineense, organizado pela Comissão Nacional de Eleições, para apresentar os relatórios dos atos eleitorais de 2014 e preparar o próximo ciclo eleitoral.

Vítor Madeira dos Santos sugeriu que «tendo em conta que na Guiné-Bissau a época das chuvas ocorre entre os meses de junho e outubro, o melhor seria que as eleições fossem realizadas antes desse período», defendeu.

«Dadas as condições climáticas que imperam nessa época, bom seria, como em 2014, que o escrutínio tivesse lugar em abril ou maio de 2018. A preparação atempada evitaria criar vazios políticos ilegais ao fazer coincidir a posse da nova Assembleia com o término da atual», destacou Vítor Madeira dos Santos, acrescentando que «o mandato da atual Assembleia (Parlamento) deve terminar a 17 de julho de 2017», altura em que se completariam quatro anos desde a tomada de posse dos atuais deputados.

Vítor Madeira dos Santos reafirmou a disponibilidade da UE em apoiar a administração eleitoral e «possivelmente os próximos atos eleitorais», mas alertou para a necessidade de os preparativos serem iniciados atempadamente, uma vez que «os doadores internacionais têm mecanismos complexos e morosos que podem atrasar o desbloqueamento dos fundos caso estes não forem pedidos em tempo oportuno».

segunda-feira, 16 de janeiro de 2017

Agência de viagens Carrani Tours inaugura escritório em Bissau

A Agência de viagens Carrani Tours inaugurou o seu escritório em Bissau, numa cerimónia presidida pelo chefe do gabinete do ministro do Turismo e Artesanato.

Na ocasião, Bem Kassimo Cunha felicitou a administradora da Carrani Tours, Maria Carlota Barros, pela criação do novo espaço, sublinhando que o desafio que vai lançar aos operadores turísticos da Guiné-Bissau é no sentido de «não se limitarem à venda de bilhetes mas também começarem a elaborar pacotes turísticos, no sentido de trazer mais turistas ao país».

«Atualmente vendemos bilhetes de quase todas as companhias aéreas, até mesmo das que não operam na Guiné-Bissau», disse Maria Carlota Barros.

Governo pretende eliminar vistos para atrair turistas portugueses

Acabar com a necessidade do pagamento de vistos é uma medida que o Governo da Guiné-Bissau prepara a curto prazo para atrair turistas portugueses.

Segundo o Expresso, a decisão foi tomada na sequência da primeira visita de operadores turísticos portugueses à Guiné-Bissau, na semana passada, promovida pela transportadora Euroatlantic, e na qual participaram diversas agências de viagens, com vista à montagem de programas de férias já em 2017.

«Os portugueses são aqui muito bem-recebidos e vão sentir-se em casa», garantiu Fernando Vaz, ministro do Turismo e do Artesanato da Guiné-Bissau, aos operadores portugueses, frisando que «Portugal está quase em África, a menos de quatro horas de voo da Guiné».

«Queremos que Portugal seja um interlocutor nosso para outros países europeus, tal como foi para Cabo Verde», assinalou ainda Fernando Vaz.

A aposta concentra-se no arquipélago de Bijagós, um santuário natural com 88 ilhas.

Seleção empata (1-1) com Gabão na estreia no CAN

A Guiné-Bissau estreou-se este sábado no CAN-2017 com um empate a um golo diante da seleção anfitriã, o Gabão.

Aubameyang fez o 1-0 aos 53 minutos, mas aos 90+1 Juary Soares fez o empate para os guineenses.

Com este resultado, Gabão e Guiné-Bissau somam ambos 1 ponto no Grupo A. Camarões e Burkina Faso, as restantes duas equipas do grupo, jogam ainda hoje.

quarta-feira, 11 de janeiro de 2017

Organização denuncia construção de central elétrica na maior reserva de água doce

Uma organização não-governamental da Guiné-Bissau, a Tiniguena, denunciou hoje a existência de um projeto do Governo em mandar construir uma central elétrica no parque natural das Lagoas de Cufada, a maior reserva de água doce no país.

Miguel de Barros, secretário executivo da Tiniguena, disse que o projeto «já está a avançar» e que neste momento a empresa indiana já está a instalar os equipamentos dentro do parque, situação que tem sido denunciado pela população.

De acordo com o responsável, a construção da central, que serviria para abastecer de energia toda a zona sul da Guiné-Bissau, irá implicar a desmatação de 12 a 15 quilómetros da floresta circundante ao parque das lagoas de Cufada.

«Se o projeto avançar vai afetar a maior reserva de água doce da Guiné-Bissau e contaminar os lençóis freáticos da zona», precisou Miguel de Barros, responsável da ONG que atua na conservação da natureza e desenvolvimento comunitário.

O mais grave, disse, é que o projeto não realizou nenhum estudo de avaliação dos impactos ambiental, económico, ecológico e social, como manda a lei do país, mas pretende avançar, o que vai trazer deslocação de comunidades, ruido e problemas para a alimentação do gado bovino.

A pesca, principal atividade da população da zona, também sairá afetada, realçou ainda Miguel de Barros, que vê ainda a construção da central elétrica no parque das lagoas de Cufada como pretexto para a desmatação da floresta.

O diretor da Tiniguena denuncia ainda o facto de alguns populares que estão contra o projeto estarem a ser alvo de ameaças das autoridades e outros subornados para que digam, a troco de dinheiro, que a instalação da central elétrica é benéfica.

Mais de 400 pessoas em fuga da Gâmbia procuram refúgio no país

Mais de 400 refugiados, em fuga da Gâmbia, entraram na Guiné-Bissau entre os dias 6 e 9 deste mês, disse esta quarta-feira à Lusa o secretário-executivo da Comissão de Apoio aos Refugiados na Guiné-Bissau, Tibna Sambé Na Wana.

Os dados de que dispõe Tibna Sambé Na Wana foram fornecidos pelo escritório das Nações Unidas na localidade guineense de São Domingos a partir de registos feitos no posto fronteiriço de Djegue, que separa a Guiné-Bissau do Senegal.

Apesar de a Guiné-Bissau não fazer fronteira com a Gâmbia, Sambe Na Wana admite que pessoas vindas daquele país poderão estar a entrar no território guineense a partir de outras localidades.

A Gambia vive um período de tensão e de agitação política com o aproximar da data limite fixada pela Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental (CEDEAO) para avançar com uma intervenção militar para forçar o Presidente Yaya Jammeh a abandonar o poder.

Presidente da Gambia há 22 anos, Jammeh recusa-se a sair do poder na sequência de uma derrota eleitoral. Inicialmente reconheceu ter perdido as eleições mas dias depois voltou atrás com a sua posição.

A CEDEAO deu-lhe até dia 19 deste mês para sair do poder, caso contrário admite o uso da força.

Nos últimos há relatos nos órgãos de comunicação social guineenses da entrada em massa de pessoas, entre cidadãos da Guiné-Bissau residentes na Gâmbia e também de gambianos, a procurarem refugio em São Domingos, Canchungo, Ingoré, Bafatá, Gabu e Bissau.

O Governo guineense prepara um plano de contingência para acomodar os refugiados e o secretário executivo da comissão de apoio aos refugiados apela para que pessoas fugidas da Gâmbia se apresentarem junto das autoridades.