terça-feira, 29 de março de 2016

"Pai Grande" do Namibe aumenta prole para 167 filhos

Francisco Tchikuteny perdeu a conta aos netos e bisnetos mas pede agora ajuda do governo

O “pai grande” do Namibe aumentou a sua prole de filhos para 167. Mas agora, diz, precisa de ajuda para a sua enorme família.
"Pai grande" do Namibe aumenta número de filhos para 167 - 1:42
Francisco Tchikuteny diz que ao todo teve já 200 filhos, dos quais 167 estão vivos todos educados “no amor à pátria, respeito às instituições e temor a Deus”.
O "pai grande" do Namibe diz ter perdido conta ao número de netos e bisnetos, prometendo fazer a actualização nos próximos tempos, ”se Deus permitir”, frisa ele.
Tchikuteny, na sua primeira entrevista este ano, à Voz de América, disse que a crise económica que assolou o mundo e Angola, principalmente, afectou grandemente a sua família. Isto porque a província do Namibe regista seca há   quatro anos consecutivos, deixando aquela família sobrevivendo da graça de Deus.
A escassez de água no sistema regadio de trinta hectares do campo agrícola, um dos elementos fundamentais para a segurança alimentar daquela família, é o calcanhar de Aquiles que Francisco Tchikuteny diz ter na Ilha do Mungongo. Por isso pede ajuda ao governo de Angola.
Para Tchikuteny “é uma bênção o país ter um homem com mais de 67 anos de idade com mais de 200 filhos”.

quarta-feira, 23 de março de 2016

jogo da seleçao entre a seleçao de Kenia a Guine Bissau esta a ganhar por uma bola a zero golo de Idi computador

SERVIÇOS DE INFORMAÇÃO E SEGURANÇA GUINEENSE RECONHECEM NECESSIDADE DE PREVENÇÃO

O director-geral dos Serviços de Informação e Segurança da Guiné-Bissau, Antero Correia disse segunda-feira à Lusa que, apesar de não haver ameaças directas, há sinais de que é preciso estar prevenido contra actos terroristas no país.
“A prova de que estamos ameaçados é que começamos a ver os nossos cidadãos a participar neste tipo de actividade”, referiu, numa alusão à detenção de três suspeitos de ligações à Al-Qaeda do Magrebe Islâmica (AQMI), treinados no Mali.
As detenções foram feitas em Janeiro e Fevereiro, quando os guineenses foram cúmplices na fuga de um terrorista da AQMI condenado a prisão perpétua evadido da Mauritânia.
Segundo Guadalupe Megre, do Escritório das Nações Unidas para as Drogas e Crime (UNODC),  a  região africana do Sahel, da qual a Guiné-Bissau faz parte, enfrenta “problemas graves de terrorismo.
“Os riscos estão a aumentar na África Ocidental. O Sahel está com problemas graves de terrorismo e nós temos visto pelos recentes ataques, nomeadamente na Costa do Marfim e Burkina Faso, que eram considerados países seguros até agora, que nenhum país está livre”, referiu.
Os receios existem, o que não quer dizer “que a Guiné-Bissau vai ter um ataque. De qualquer maneira, os Estados devem estar preparados”, acrescentou Guadalupe Megre.
Aquela responsável coordena o programa contra o terrorismo da UNODC para a África Ocidental e Central e falava à margem da abertura de uma formação para agentes de forças de segurança guineenses que decorre durante três dias, em Bissau.
Peritos portugueses da Polícia de Segurança Pública, Polícia Judiciária, Serviço de Estrangeiros e Fronteiras e Serviços de Informação vão liderar os trabalhos.
“A Guiné-Bissau tem feito um trabalho muito meritório no que toca a esta matéria” e a formação sobre formas de prevenir o terrorismo vai continuar nos próximos tempos, graças a um programa da UNODC financiado para a África Ocidental”, sublinhou Guadalupe Megre

segunda-feira, 21 de março de 2016

BARACK OBAMA EM CUBA PARA “MOSTRAR QUE HÁ UMA MUDANÇA EM QUE SE PODE ACREDITAR”

O Presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, acabou de aterrar em Havana, e iniciar uma visita oficial a Cuba cuja importância política e significado histórico provavelmente só encontra paralelo na ida de Richard Nixon à China, em 1972, ou o discurso de Ronald Reagan na porta de Brandenburgo, em 1987 – dois momentos de “esperança” e “mudança” no equilíbrio de blocos que

Eleições legislativas em Cabo-Verde: MPD VENCE COM MAIORIA ABSOLUTA: ULISSES ELEITO PRIMEIRO-MINISTRO

O Movimento para a Democracia de Cabo Verde (MpD) foi o grande vencedor de escrutínio das eleições legislativas realizadas no domingo, ontem (20 de Março), com a maioria absoluta. Conforme os resultados provisórios, o líder Ulisses Correia e Silva quebra o jejum do seu partido (MpD), levando-o ao poder depois de passar 15 anos na oposição – de 2001 a

sexta-feira, 4 de março de 2016

DELEGAÇÕES DA ANP E DO PAIGC ABANDONAM REUNIÃO NA PRESIDÊNCIA DA REPÚBLICA

Os membros das delegações do Parlamento da Guiné-Bissau e do PAIGC, partido no Governo, abandonaram hoje uma reunião convocada pelo Presidente da República para solucionar a crise política no país.
O vice-presidente do parlamento Inácio Correia e o primeiro-ministro guineense, Carlos Correia, este em representação do Partido Africano da Independência da Guiné e Cabo Verde (PAIGC), disseram aos jornalistas que decidiram abandonar a reunião porque o encontro não respeita o formato que as suas instituições esperavam ver.
Ambos contestam o facto de o Presidente guineense, José Mário Vaz, ter convocado representantes de um grupo de 15 ex-deputados, expulsos do parlamento, depois de terem deixado de pertencer ao PAIGC.
“Infelizmente, não podemos continuar nesta reunião com os 15 na sala. Entendemos que o problema dos 15 é um assunto interno do PAIGC que não deve ser resolvido no Palácio, mas sim na sede do partido ou nos tribunais”, disse Inácio Correia, primeiro vice-presidente do parlamento.
Também o primeiro vice-presidente do PAIGC e primeiro-ministro, Carlos Correia, justificou o abandono da sala da reunião pelos mesmos motivos.
“Não estamos aqui para discutir a crise de instituições com um grupo de pessoas, mas sim com instituições, por isso abandonámos a sala”, observou Carlos Correia.
Mesmo com o abandono das duas delegações, a reunião prossegue no Palácio da Presidência, juntando o Presidente, José Mário Vaz, e representações dos 15 deputados expulsos, do Partido da Renovação Social (PRS, oposição), sociedade civil e elementos da comunidade internacional, estes últimos convidados apenas a testemunhar o encontro.

BOUCUNDJI CÁ PEDE UMA “SOLUÇÃO RÁPIDA” NA SELEÇÃO NACIONAL DE FUTEBOL

O capitão da selecção nacional de futebol, Boucundji Cá apelou um rápido entendimento e clarificação da situação dos ‘Djurtus’, defendendo o regresso ao comando do seleccionador luso, Paulo Torres, noticiou hoje a Rádio Jovem.
A Federação de Futebol anunciou, em Fevereiro, a contratação do técnico Baciro Candé para orientar os ‘Djurtus’. Mas o técnico português Paulo Torres já anunciou a manutenção no cargo por ter contrato válido até Novembro próximo.
De acordo com a Rádio Jovem, perante este imbróglio em torno da principal equipa do país, e tendo em conta o aproximar do jogo do dia 23 deste mês em Bissau frente à selecção queniana, o capitão nacional manifesta-se preocupado. O impasse pode pôr em causa a organização do jogo e a vinda à selecção guineense de alguns jovens talentosos que ainda “espreitam oportunidades nas selecções estrangeiras, principalmente na portuguesa”.
Em nota de imprensa divulgada em Bissau, o internacional guineense apela aos jogadores a absterem-se das querelas entre dirigentes de futebol que possam comprometer a coesão interna no seio da equipa, justificando a“delicadeza e a importância” do próximo jogo para as aspirações da Guiné-Bissau nas competições internacionais.
Segundo Boucundji Cá, os jogadores reafirmaram a determinação de virem representar a equipa nacional guineense independentemente de quem estiver a frente da equipa nacional, avançou a estação emissora.
“Somos soldados da pátria de Cabral, portanto, estamos prontos a colaborar com qualquer um que quiser contar connosco a bem da Guiné-Bissau. Somos simplesmente jogadores, não temos opinião de quem deve ou não ser o seleccionador. Estaremos com quem for escolhido se assim se entender”, escreve o experiente médio de Paris FC, da segunda liga francesa.
Segundo a Rádio Jovem, Baciro Candé orientará a selecção nacional nos próximos dois jogos e deverá divulgar a lista dos convocados o mais tardar até à próxima segunda-feira.
As fontes da Rádio Jovem não souberam, contudo, confirmar se a situação de Paulo Torres está completamente resolvida.

GENERAL BIAGUE PROMETE “MORTE” A MILITAR QUE DISPARAR TIRO NO QUARTEL PARA SUBVERTER A ORDEM CONSTITUCIONAL

O Chefe do Estado-Maior General das Forças Armadas da Guiné-Bissau, General Biague Na N’Tan prometeu hoje, 3 de Março, morte a qualquer militar que disparar tiro dentro do quartel, reiterando o princípio de “tolerância é zero” às tentativas de práticas subversivas.
O Chefe do Estado-Maior aconselhou assim os militares para não se deixarem mobilizar por políticos em projectos de subversão à ordem constitucional. O líder da classe castrense guineense falava na cerimónia de apresentação de cumprimentos de novo ano por diferentes chefes de ramos das forças armadas guineenses e comandantes de diferentes unidades militares.
“Se alguém tomar dinheiro que o guarde para si, mas eu já adverti os oficiais que doravante a tolerância é zero no seio das forças armadas. Se um tiro for disparado em qualquer unidade militar, garanto-vos que não temos prisão para o militar que disparar, mas o único lugar para essa pessoa é no cimenteiro”, advertiu o Chefe de Estado-Maior General das Forças Armadas.
O Democrata apurou junto de fontes do Estado-Maior que o atraso na apresentação de tradicionais cumprimentos de novo ano deve se à prolongada ausência do Biaguê Na N’tan em “missão de serviço” ao exterior.
Para Biaguê, a não ingerência dos militares em assuntos políticos é a única saída para que haja a paz no país. “As forças armadas podem garantir a paz neste país, por isso não vamos nos envolver com os políticos. Quando alguém tem problema na sua casa recorre aos militares para provocar o golpe e uma vez no poder esquece os protagonistas e acima disso os militares acabam sancionados pela Comunidade Internacional”, acrescentou.
O responsável máximo dos militares guineenses lembrou ainda que o país já experimentou várias transições políticas sem que as mesmas se traduzissem em melhorias de condições de vida dos militares e muitos, devido sanções impostas, não conseguem viajar para o exterior.
Aos oficiais presentes, Biaguê exortou que preparassem as suas respectivas unidades e capacitem os soldados com formação como forma de poderem competir com os seus colegas da sub-região.
“O meu gabinete está aberto para qualquer pessoa que tem proposta válida para este país. O cargo do Chefe de Estado-Maior não é permanente; ontem foi dirigido pelo General Antônio Injai, estou na minha vez e amanhã pode ser outra pessoa”, referiu.
Em nome dos Oficiais Militares de diferentes Unidades, Brigadeiro General Júlio Nhaté reiterou o empenho e engajamento de todos os oficiais das forças armadas da Guiné-Bissau em trabalhar junto com Chefe de Estado-Maior para limpar o nome dos militares guineenses.
“Estamos prontos para acatar todas as orientações do seu gabinete para que, em conjunto. possamos levar estas forças armadas a mais alto nível a semelhança das da sub-região e estamos aqui para lhe saudar e testemunhar o nosso reconhecimento pelo trabalho que tem vindo a realizar desde a sua investidura como responsável dos militares guineenses” Espelhou.

ONDAS DE GREVE PARALISAM PARCIALMENTE ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA

As ondas de greve no país podem deixar a função pública guineense parcialmente inativa nos próximos dias incluindo marchas pacíficas em protesto às paralizações em diferentes sectores da vida pública guineense.
O Sindicato Democrático dos Professores ameaça paralisar as aulas nas escolas Públicas a partir da próxima Segunda-feira, 7 de março.  De acordo com um pré-aviso da greve, na posse de O Democrata, o sindicato exige do governo o comprimento integral do memorando de entendimento assinado entre o Governo e o SINDEPROF, no qual reclama igualmente o pagamento de 12 meses de diuturnidade e retroativos aos Professores.
O pagamento de salário a todas as Categorias dos professores com o salário mínimo de Cento de Sessenta e Dois Mil Francos Cfas correspondente à ultima letra do estatuto de carreira docente a par de outros órgãos da soberania, está entre outros pontos em reinvidicação no caderno das exigências na posse do Governo.
A paralisação da próxima segunda-feira terá duração de nove dias e decorre de 7 a 18  do corrente mês, segundo o pré-aviso.
Enquanto isso,  a greve decretada pelo Sindicato dos Professores e Trabalhadores das Escolas de Formação dos docentes, iniciada esta segunda-feira , está hoje no seu quarto dia consecutivo, enquanto os estudantes das escolas afetadas com a  greve, promoveram hoje uma marcha  para exigir do governo a resolução do problema.
A classe docente guineense  exige do governo o  agendamento, discussao e consequente aprovaçao, em Conselho de Ministros,  da proposta de aumento salarial na ordem dos Setenta e Cinco por cento a todas as categorias de professores, um assunto que o Ministério da Educaçao diz depender, em grande medidda, da decisão  do plenário governamental.
Sobre as ondas de greve no sector do ensino, a Confederação Nacional das Associações Estudantis da Guiné-Bissau, CONAEGUIB, apesar de pedir ao governo no sentido de tudo fazer para minimizar o sofrimento dos alunos guineenses, apela em nota de imprensa, a todos os seus associados para saírem à rua, no próximo dia 10 do mês em curso, se a situação persistir até à próxima semana.
Do sector da educação para o campo aduaneiro, a situação parece bem mais complicada com o Sindicato de base dos trabalhadores aduaneiros ameaçar entregar mais um pré-aviso de greve na próxima semana ao governo, caso persista o impasse na resolução da situação dos funcionários.
Hoje, as partes estiveram reunidas, para analisar a situação, mas ao que tudo indica não houve consensos, refere Agostinho Sanhá, Presidente da organização sindical:
Falando relativamente à paralisação em curso no sector alfandegário, Agostinho Sanhá alerta que a greve de quinze dias em curso, desde ontem, 02 de março, nas alfândegas, só termina com o cumprimento das exigências do sindicato.
Sindicato Nacional dos Funcionários Aduaneiros, SINFA, reclama do governo, entre outros assuntos, a aplicação do estatuto remuneratório e decreto lei 4 de 2014, publicado no boletim oficial.
O Democrata contatou o Diretor-geral das alfândegas da Guiné-Bissau, mas este remeteu-se ao silencio.

ADIADA REUNIAO ENTRE PRESIDENTE DA REPÚBLICA, PAIGC E ANP

A reunião entre o Presidente da República, PAIGC, Mesa da Assembleia Nacional Popular e formações políticas com representação parlamentar inicialmente prevista para ter lugar ontem em Bissau, foi adiada sem data.
Os motivos para o adiamento do encontro não foram tornados públicos, mas uma fonte da Presidência guineense confidenciou a O Democrata, que o adiamento terá a ver com protesto dos 15 deputados expulsos do PAIGC, junto do Presidente da República, reclamando a sua presença na reunião.
Aliás,  esta foi uma das exigências que consta da contraproposta do partido no poder exigindo que os 15 deputados fossem postos fora do circuito das negociações no âmbito das propostas e contrapropostas apresentadas ao Chefe de Estado para a saída da crise política em curso no país.

GOVERNO REAGE COM ESTRANHEZA A APREENSÃO DE 7 NAVIOS DE PESCA NO PAÍS

O Governo da Guiné-Bissau reagiu, esta quarta-feira, 03 de março, com estranheza e diz desconhecer a proveniência da ordem que determinou a prisão de 7 navios de pesca, dos quais 2 foram libertados no último fim-de-semana nas águas territoriais da Guiné-Bissau.
A notícia foi avançada esta tarde pela Rádio Capital FM, que cita uma fonte da Secretaria de Estado das Pescas e Economia Marítima.
A fonte, segundo a CFM, reage com preocupação à forma como a missão foi desencadeada, envolvendo na operação, elementos das forças armadas, com apoio da Guarda Nacional.
De acordo com a mesma fonte, os técnicos da Secretaria de Estado das Pescas aguardam, neste momento, pelas informações através de relatório de captura destes navios, o que ainda não aconteceu, podendo acarretar ao Estado guineense uma indemnização em prejuízo causado aos proprietários dos barcos aprisionados, setenta e duas horas depois da detenção das embarcações de pesca.
Trata-se de navios CNFC 9502, Hebei 802, CNFC 9418, CNFC 9509 e CNFC 9412, todos ancorados no porto de Bissau desde início desta semana.

quinta-feira, 3 de março de 2016

É A HORA DE “SE DESARMAR” AS MENTES E MUDAR O PAÍS

A atitude de confronto, o uso de força e até de violência, têm sido uma cultura marcante da trajectória da Guiné-Bissau desde os primórdios da construção do nosso Estado. A história está cheia de casos de ajustes de contas, assassinatos isolados e colectivos de companheiros em nome de sanções que não obedecem os preceitos e padrões de nações livres e democráticas. Em nome do uso de força, de convencer o outro com ou sem razão, todos os meios são válidos. Fuzilamentos colectivos, assassinatos políticos, guerra civil (a de 7 de Junho) e tantos outros sobressaltos bárbaros, foram ingredientes de resolução de conflitos. O resultado hoje é o acumular de recalcamento, ódio e fome de vingança entre os guineenses.
Esta cultura nefasta continua hoje a caracterizar a grande parte da dita “elite política” guineense. Em meio de um diferendo, procura-se a forma de neutralizar o outro. O diálogo é relegado para terceiro, senão, para último plano. O máximo é “fazer a guerra para depois sentar-se a mesma mesa e dialogar”. Todo o percurso agitado deste país mostra claramente quão os nossos candidatos à liderança pública são sensíveis ao diálogo, à resolução de conflitos por meio de confronto de ideias.
A apropriação do modelo democrático tem sido dificultada por este grande obstáculo. O “machismo”, que consiste em convencer a todo custo os adversários, sempre ritmou a vida política guineense. O PAIGC, mestre desta doutrina, mantem-se ainda refém da mesma. Mantem-se vítima do modelo que inventou e sustentou. O PAIGC concebera, com sucesso, métodos maquiavélicos que permitiram o povo desta terra opor-se fisicamente à máquina colonial até se libertar. Infelizmente, apesar do aclamado sagrado princípio de “crítica e autocrítica” teorizado por Cabral, o PAIGC não soube traduzir na prática o conteúdo deste princípio e tem perpetrado o uso de força na vida política nacional. Hoje, o vírus infectou toda sociedade guineense.
Na realidade, os guineenses, os políticos em particular, não acreditam ainda no diálogo como arma capaz de vencer qualquer impasse. Perdem tempo em conceber “estratagemas” para vencer os adversários acreditando, ilusoriamente, que depois disso terão a tranquilidade. De facto, as soluções resultantes do uso desses estratagemas são circunstanciais e não permitem cortar o mal pelas raízes. Há que se pensar e ousar encarrar o diálogo como via conducente à solução durável, base de uma governação sólida susceptível de criar condições para a paz e o desenvolvimento a longo prazo.
O almejado desenvolvimento desta terra será uma mera ilusão enquanto não se operar a tarefa mais difícil que é o desarmamento das mentes e dotá-las de novas infra-estruturas alicerçadas no diálogo construtivo, no progresso, na ciência, no bem-estar, na justiça social. Tudo isso é possível só com uma liderança visionária comprometida com o país!
fonte: O Democrata 

SECRETÁRIO DE ESTADO DOS TRANSPORTES E COMUNICAÇÕES OUVIDO NO MINISTÉRIO PÚBLICO

Advogado do Secretário de Estado dos Transportes e Comunicações, disse que João Bernardo Vieira foi ouvido pelo Ministério Público no âmbito do processo dos Correios de Bissau e dos serviços aeroportuários onde prestou toda declaração disponível sobre estes assuntos.
Falando à saída de audiência, no Ministério Público, Carlos Pinto Pereira refere que o seu constituinte está disponível em colaborar com a justiça para que a verdade seja conhecida dentro em breve através de um despacho do Ministério Público.
Segundo o causídico guineense, a audição nada tem a ver com a perseguição política, contra o Secretário de Estado dos Transportes e Comunicações, porque o processo em que foi ouvido está ligado às áreas sob tutela da sua instituição.
Carlos Pinto Pereira garantiu, no entanto, estar esperançado nas declarações do seu cliente, pelo que, na opinião do advogado, cabe ao Ministério Público enquanto entidade responsável pelo processo, avaliar e pronunciar-se sobre a matéria

GREVE PARALISA ESCOLAS DE FORMAÇÃO SUPERIOR SEM FIM A VISTA

O Secretário do Conselho diretivo do Sindicato dos Professores e Trabalhadores das Escolas de Formação de Professores, António João Bico Ufaro da Costa, anunciou esta terça-feira, 01 de março, que a paralisação em curso no sector só termina se o Governo cumprir com as exigências do Sindicato.
Uma das reinvindicações do sindicato tem a ver com o agendamento, discussão e consequente aprovação, em Conselho de Ministros, da proposta de aumento salarial de cinquenta por cento a professores de todas as categorias.
A propósto, a paralisação havia sido suspensa e em consequência desta suspensão, os professores deram duas semanas ao Governo para que o assunto fosse discutido e tomado as devidas deliberações no Plenário Governamental, o que acabou por não acontecer.
Um dia depois do fim do prazo e retomada greve, o Governo voltou a reunir-se com o sindicato para tentar encontrar saídas ao problema, mas o sindicato mantém-se inflexível exigindo o cumprimento integral do memorando assumido pelas partes.
António João Bico Ufaro da Costa, Secretário do Conselho diretivo do Sindicato dos Professores e funcionários da Escola Superior da Educação (ESE), disse, à saída da reunião, que não há condições objectivas para suspender a paralisação, porque “o memorando assinado e assumido pelas partes implicadas no processo não está a ser observado rigorosamente”.
O dirigente sindical sustenta ainda que o governo não apresentou nenhuma contra-proposta, considerando este facto de falta de vontade política.
“Governo limitou-se a pedir, invocando a questão da instabilidade política e alega que os estatutos remuneratórios aprovados aguardam ainda pela definição da grelha salarial única para criar equilíbrios ao nível dos salários dos servidores do Estado”, explica.
Por sua vez, o Presidente da Comissão Negocial do Governo, Issa Seide, garante que o executivo está disposto a trabalhar na proposta apresentada pelo sindicato, mas alerta que está dependente da decisão do plenário governamental, uma vez que os secretários do Estado são apenas convidados ao Conselho de Ministros quando o órgão o entender necessário.
Na segunda-feira, Fernando Dias, Secretário de Estado do Ensino Superior e Investigação Científica confirmou à ‘O Democrata engajamento do Governo no processo de assinatura do memorando, mas nega que em momento nenhum tenha aceitado que o assunto fosse o único ponto da agenda do Conselho de Ministros num prazo de dez dias, conforme a exigência do sindicato.
Sobre paralisações no sector da educação, O Democrata apurou de uma fonte sindical que o Sindicato Democrático dos Professores terá enviado ao Ministério da Educação um caderno reivindicativo com uma séria de exigências.
Para esta quinta-feira 3 de março [ dia do Conselho de Ministros], os Estudantes das quatro Unidades de Formação dos Professores afetadas com a greve (Tchico Té, 17 de fevereiro, INEFD e Amílcar Cabral de Bolama) agendaram uma marcha de protesto junto do palácio do governo face à greve nas respetivas escolas.