O ex-Presidente da República Federal de Nigéria e mediador da CEDEAO para a crise política da Guiné-Bissau, Olesegun Obasanjo pediu hoje, 10 de Fevereiro, o povo guineense para não permitir que os atores políticos prolonguem a crise até que a comunidade internacional se canse. O mediador defende ainda que a solução para a resolução da crise no país deve ser encontrada pelos próprios guineenses.
Presente na reunião de actores políticos com o Chefe de Estado sobre a crise política, Olesegun Obasanjo disse na sua declaração a imprensa a saída do encontro, que aquilo que os amigos da Guiné-Bissau podem fazer é mostrar as suas disponibilidades e a capacidade de apoiar na busca da solução sobre a crise.
“A solução do problema da Guiné-Bissau tem que ser encontrada aqui e o resultado final tem que ser mesmo aqui no país, portanto espero que as autoridades guineenses vão encontrar uma solução”, advertiu o mediador da CEDEAO.
Obasanjo assegurou neste particular, que as autoridades nacionais devem saber que toda a comunidade internacional pode atingir um nível de saturação. Contudo, apelou a população guineense para não permitir os autores políticos prolongarem a crise antes que a comunidade internacional se canse.
O Secretário-geral do Partido da Renovação Social (PRS), Florentino Mendes Pereira, disse na sua declaração, que a solução para resolução da crise passa necessariamente pelo diálogo. Acrescentou ainda que “problemas políticos não têm soluções jurídicas, mas sim, diálogo com vista a chegar-se a um entendimento, esta é a única saida”.
Para o Porta-Voz do Grupo dos 15 deputados expulsos do PAIGC, Soares Sambú a “Assembleia Nacional Popular tem todos instrumentos necessários para ultrapassar a situação, deixando assim a plenária preencher lacunas e interpretar o regimento, portanto estamos aqui para contribuir na busca das soluções”.
Estiveram presentes na reunião os representantes do PRS, Grupo dos 15 deputados expulsos do PAIGC, Sociedade Civil, comunidade internacional, delegação da CPLP chefiada pelo ministro dos negócios estrangeiros de Timor-Leste [na qualidade de presidente do conselho de ministros da Comunidade dos Países da Língua Portuguesa] e o mediador da CEDEAO para crise da Guiné-Bissau, Olesegun Obasanjo.
A delegação do PAIGC e da Assembleia Nacional Popular não tomaram parte, mais uma vez, nesta quarta ronda da reunião negocial sobre a crise política que está a ser promovida pelo Presidente da República, José Mário Vaz.
Os libertadores, através do seu presidente Domingos Simões Pereira, confirmou hoje que não vão participar na reunião promovida pelo chefe de Estado, porque o “PAIGC ainda não recebeu nenhuma resposta da presidência sobre a solicitação da mudança do formato da reunião”.
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